terça-feira, 8 de junho de 2010

A História de Teseu

A história de Teseu e das aventuras extraordinárias vividas por esse herói constituem algumas das mais interessantes páginas da Mitologia grega.
Nascido em Trezendo e educado por Etra, sua mãe, desde muito pequeno Teseu revelou grande valor e coragem. Contava apenas sete anos de idade, quando Hércules, que ele tomaria como modelo, foi visitar a sua cidade, sendo recebido com especiais homenagens, inclusive um grande banquete.

Para ficar instalado com mais conforto à mesa do festim, Hércules despiu a pele de leão com que habitualmente se cobria, deixando-a no chão. As crianças, muito naturalmente, sentiam-se atraídas pela figura do gigante sobre o qual tanta coisa se falava, e aproximavam-se, desejosas de contemplar de perto o grande homem.

Deparando com a pele de leão, assustavam-se e fugiam.

Teseu, porém, não imitou os seus companheiros. Convencido de estar diante de um leão de verdade, um leão vivo, arrancou a clave de um escravo que se encontrava próximo e marchou, decidido, contra a "fera"...

A coragem e a decisão da criança provocaram aplausos e Hércules vaticinou-lhe um brilhante futuro. Ao atingir a adolescência, armado com uma espada que fora de seu pai, Teseu transportou-se a Atenas, de cujo trono era herdeiro, na sua qualidade de filho de Egeu.

Entendeu ele, porém, que antes de dar-se a conhecer e reclamar o poder, deveria fazer-se digno de tão alta honraria, realizando trabalhos que o dignificassem e causassem admiração aos seus contemporâneos. Começou para ele, então, uma fase de grandes aventuras. A primeira teve por cenário a Ática, que estava infestada por terríveis bandidos chefiados por um certo Silis ou Cercion — homem de grande força e maior crueldade.

Para dar uma idéia da poderosa força do bandido é bastante dizer que ele estraçalhava com as mãos as mais fortes feras da floresta e fazia vergar o tronco das árvores. Aliás uma das principais "distrações" do cruel bandido, ao dobrar as árvores, era amarrar nas copas das mesmas os seus inimigos e, em seguida, soltar, repentinamente a árvore, despedaçando, assim, o infeliz que se encontrava amarrado no topo.

Teseu procurou o bandido, deu-lhe combate e sem maiores dificuldades, matou-o. Teve, então, que isolar-se, a fim de purificar-se do sangue que derramara, para o que realizou grandes sacrifícios diante do altar de Zeus.

Quando se considerou limpo daquele sangue imundo, o herói demandou a cidade de Atenas onde a confusão era geral. A cidade estava sendo governada, em nome de Egeu, por uma feiticeira chamada Medéia, que, sabedora da sua presença, planejou envenená-lo, ou melhor, concebeu o sinistro projeto de fazer com que fosse envenenado pelo próprio pai. Para isso convenceu Egeu, que não podia saber que o jovem era seu filho, pois não o via há muito tempo, a convidar o moço para um dos banquetes que comumente oferecia.

Quando Teseu ia levar aos lábios a taça em que se encontrava vinho envenenado, algo de imprevisto aconteceu. Egeu reconheceu a espada que Teseu trazia. Só poderia ser seu filho quem a portava. Num gesto rápido, afastou do moço a taça fatal e, furioso, expulsou Medéia da cidade, ordenando-lhe que nunca mais aparecesse, sob pena de ser morta.

Mas o Rei Egeu tinha um irmão, chamado Palas, que possuía vários filhos. Sentiu-se, ele, prejudicado pela presença de Teseu, que fazia ruir os belos planos que vinha arquitetando para apoderar-se do governo da cidade.

Por isso planejou uma conspiração destinada a perder definitivamente o jovem Teseu. Mas o plano foi descoberto e Teseu matou Palas e seus filhos. Teve, então, segundo o costume da época, de afastar-se de Atenas durante um ano, findo o qual regressou para ser julgado pelo tribunal que se reunia no templo de Apolo.

Os juizes estudaram o procedimento de Teseu, as circunstâncias, os fatos, as conseqüências e absolveram o jovem. Por esse tempo Atenas vivia torturada pelo pesado tributo em vidas humanas que se via obrigada a pagar a Minos, rei de Creta.

O caso é que um filho de Minos, Androgeu, que fora a Atenas participar de certos jogos, vencendo-os, despertara a inveja e o ciúme de muitos jovens atenienses que, despeitados, o assassinaram. Minos, muito naturalmente, ficou indignado com o fato, resolvendo impor aos atenienses um severo castigo.

Eles deveriam, cada ano, enviar sete rapazes e sete moças, escolhidos mediante sorteio, para alimentarem o Minotauro — furioso animal, metade homem, metade touro — que vivia encerrado no Labirinto.

Esse Labirinto, um dos caprichos do Rei Minos, era um estranho palácio repleto de corredores, curvas, caminhos e encruzilhadas, onde uma pessoa se perdia, jamais conseguindo encontrar a saída depois de transpor a sua entrada. Era aí que ficava encerrado o terrível Minotauro, que espumava e bramia, jamais se fartando de carne humana.

Havia três anos que Atenas pagava o pesado tributo e suas melhores famílias choravam a perda de seus filhos. Teseu resolveu preparar-se para enfrentar o monstro, oferecendo sacrifícios aos deuses e indo consultar o oráculo de Delfos. Invocado o deus, a pitonisa informou a Teseu que ele resolveria o caso desde que fosse amparado pelo amor...

- Eu vou, meu pai. Só eu posso dar fim a esse horror!


Cansado dessas mortes inúteis, Teseu resolve tomar o lugar de uma das vítimas e, se puder, matar a terrível criatura. Egeu acaba cedendo:


– Então, vá. Mas, se você voltar são e salvo, troque a vela negra do navio por uma branca. Assim, vendo o barco, eu já de longe fico sabendo que você está vivo.

Teseu promete obedecer ao pai e embarca para Creta.

Encorajado, Teseu fêz-se incluir entre os jovens que deveriam partir na próxima leva de "carne para o Minotauro". Ao chegar a Creta adquiriu a certeza de que sairia vitorioso, pois a profecia do oráculo começou a realizar-se.

Quando chegou à Creta, Minos ridicularizou a sua afirmação de ser filho de Poseidon, e desafiou-o a recobrar um anel atirado ao mar. Teseu recebeu das ninfas do mar não apenas o anel, mas também a coroa dourada de Tétis.

Durante toda a noite, Teseu esforça-se para tranqüilizar seus companheiros. De repente, anunciam ao jovem príncipe ateniense que alguém quer falar com ele. Muito surpreso, Teseu vê entrar uma bela moça, que ele já viu ao lado do trono de Minos. Ela lhe diz:


– Jovem estrangeiro, eu me chamo Ariadne e sou a filha do rei Minos. Quando vi seu ar decidido, compreendi que você veio para matar o Minotauro. Mas será que já pensou numa coisa? Mesmo que mate o monstro, nunca vai conseguir sair do Labirinto...

Teseu fica confuso, pois Ariadne tem razão. Ele não pensou nesse problema!

Percebendo o constrangimento do rapaz, ela acrescenta:

– Desde que o vi, fiquei interessada por você. Estou disposta a ajudá-lo se, depois, você se casar comigo e me levar para Atenas.

Assim fica combinado.

Com efeito, a linda Ariadne, filha do poderoso Minos, apaixonou-se por Teseu e combinou com ele um meio de encontrar a saída do terrível labirinto. Um meio bastante simples: apenas um novelo de lã, e lhe deu uma espada para que ele matasse o Miotauro.


Ariadne ficaria à entrada do palácio, segurando o novelo que Teseu iria desenrolando à medida que fosse avançando pelo labirinto. Para voltar ao ponto de partida, teria, apenas, que ir seguindo o fio que Ariadne seguraria firmemente. Estava resolvido, pois, um dos mais graves problemas da empresa e, resoluto, Teseu avançou.

Cheio de coragem penetrou nos sombrios corredores do soturno labirinto. A fera, mal pressentiu a chegada do moço, avançou, furiosa, fazendo tremer todo o palácio com a sua cólera. Calmo e sereno, Teseu esperou a sua arremetida. E então, de um só golpe, decepou-lhe a cabeça com a espada que Ariadne lhe deu.

Quando fica sabendo do que aconteceu, o rei Minos enfurece-se e ordena à frota que impeça a fuga. Os navios que ainda estão em condições de navegar tentam bloquear o barco grego, e começa uma batalha naval. Mas, com o cair da noite, Teseu aproveita-se da escuridão e consegue escapar esgueirando-se entre as naus inimigas.


Vitorioso, Teseu partiu de Creta, levando em sua companhia a doce e linda Ariadne, regressando a Atenas.
Alguns dias depois, o navio chega à ilha de Naxo. Teseu resolve fazer uma escala para reabastecimento. Vaidoso com a vitória, só tem um pensamento na cabeça: a glória que encontrará em Atenas. Imaginando sua volta triunfal, os gritos de alegria e de reconhecimento da multidão que virá aclamá-lo, apressa-se em partir. Dá ordem de levantar âncora, esquecendo Ariadne, que fica adormecida na praia.

Quando desperta, a princesa vê o navio já ao longe, quase desaparecendo no horizonte. Só lhe resta lamentar sua triste sina.
Bem, essa parte sa história é contada de diferentes maneiras. Uma das versões diz que Teseu abandonou Ariadne por ondem da deusa Athena. Ela dormiu e ele foi embora sem ela, mas o deus Dionísio a encontrou e a confortou, e dela se enamorou, fazendo-a chefe das suas seguidoras. A outra versão é bem mais favorável a Teseu. Ariadne estava com muito enjôo por causa do movimento do mar, e ele a deixou na beira da praia para que ela pudesse se recuperar, enquanto voltou ao barco para fazer alguns reparos. Um vento muito violento carregou o barco para o mar e o manteve lá por bastante tempo. Quando Teseu voltou, encontrou Ariadne morta, e ficou completamente desesperado.


Enquanto isso, Teseu aproxima-se de Atenas. Está tão entretido com seus sonhos de glória que também esquece de, conforme prometeu ao pai, trocar a vela negra por uma branca.
Desde a partida do filho, o velho Egeu não teve um único momento de repouso. Todos os dias, subia à Acrópole e ficava olhando as ondas, esperando avistar o navio com a vela branca. Pobre Egeu! Quando o barco enfim aparece, está com a vela preta. Certo de que Teseu está morto, o rei desespera-se e quer morrer também. Joga-se ao mar e afoga-se. Por isso, desde esse tempo o grande mar que banha a Grécia chama-se mar Egeu.

Dizem que durante o seu reinado ele unificou a Ática, e criou leis para as três classes de proprietários de terras, agricultores e artesãos. Ficou famoso pela sua proteção aos servos e escravos espezinhados, para quem o seu túmulo continuou sendo um santuário ao longo da História. Pirítoo, rei dos Lápitas, pilhou o seu gado, como um desafio, mas os jovens guerreiros simpatizaram um com o outro, no campo de batalha, e juraram amizade eterna. Teseu tomou parte na Caçada ao Javalí da Caledônia, e na batalha dos Pápitas e dos centauros, e dizem que emulou os feitos de Héracles (Hércules). Numa incursão contra as amazonas, raptou Hipólita, a rainha. Mais tarde, como vingança, o povo dela invadiu a Ática; mas Hipólita foi para o campo de batalha ao lado de Teseu e morreu com uma flechada. Antes disso, contudo, tivera dele um filho, Hipólito.


Após a morte dela, Teseu mandou buscar a filha mais moça do rei Minos, Fedra, e casou-se com ela. A esta altura Hipólito já era um jovem belo e forte, dedicado à equitação e ao casto culto de Ártemis, a divindade tutelar de sua mãe. Não demorou para que Fedra se apaixonasse desesperadamente por ele, e enviasse a sua velha ama para relatar ao jovem a sua paixão. Após a recusa chocada de Hipólito, ela se enforcou, deixando uma carta em que o acusava de estuprá-la. Teseu, convencido da versão da mulher pela sua morte, expulsou o filho de casa e invocou a maldição mortal confiada a ele por seu pai, Poseidon. Enquanto Hipólito guiava o seu coche pela estrada rochosa do litoral, o deus enviou uma onda gigantesca, carregando na crista um touro-marinho, que fez estourar os cavalos. O corpo esmagado de Hipólito foi devolvido a Teseu, que só viera a saber da verdade tarde demais.

Daí por diante, a sorte de Teseu o abandonou.Ao lado do amigo Pirítoo, raptou Helena de Esparta, mais tarde resgatada por seus irmãos Castor e Pólux. Enquanto ajudava Pirítoo na tentativa de rapto de Perséfone, ficou confinado no submundo, em sofrimento, durante quatro anos, ao fim dos quais Héracles o libertou. Ao voltar para Atenas, encontrou-a mergulhada na desordem e na sedição. Não conseguindo restabelecer a lei na cidade, amaldiçoou-a e partiu para Creta. No caminho, parou em Ciros, onde, atraiçoado por seu anfitrião, caiu ao mar do alto de um penhasco."


Depois de sua morte, porém, os atenienses, arrependidos, foram a Ciros buscar suas cinzas e ergueram-lhe um templo magnífico.

Este Mito, que tem sido objeto de investigações dos historiadores, parece indicar que Atenas, durante muito tempo, esteve dominada pelos reis de Creta, que lhe exigiam pesados tributos. O episódio de Teseu e do Minotauro deve indicar uma revolução que libertou os atenienses.

Escavações realizadas na ilha de Creta, no início do século, revelaram a existência de um grande palácio provido de imensos corredores que lembravam um labirinto. Por outro lado, afirmam os especialistas que existem elementos que permitem dizer que os reis de Creta usavam, em certas festas e cerimônias religiosas, máscaras representando cabeças de touros...

11 comentários:

  1. oi moça, sou eu o marcelo!
    o feiticeiro lá da misticky!
    tudo bem com você?
    eu te adds no msn, mas me adds vc, meu msn: dragao_delry@hotmail.com

    bjãooo!

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    1. Nunca tinha lido a historia teseu so filmes vejo hoje q ele foi dmais valeu galera

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  2. pl adorei a historia e seu blog que Deus te abençoe

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  3. Oi!
    Teseu é meu apelido desde os 13 anos.. E eu antes nunca havia tido curiosidade de conhecer essa história. A conheci hoje pelo seu blog, e achei muito legal.
    Obrigado.
    Danilo

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  4. nao tinha como rezumir?

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  5. Muito boa a historia me ajudou bastante ótimo

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  6. Gostei bastante do mito, apesar de ser um pouco grande lê-se bastante bem,

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  7. OLA, MUITO BOM MESMO!
    PARABENS.

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